Tradução

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A Semente do Ministério

A Semente do Ministério

Leitura Bíblica – Gênesis 49:22

Para melhor compreendermos o ministério do Apóstolo João, é preciso conhecer todos os ministérios e todos os ministros que as escrituras nos apresentam. Com isso essa é nossa grande oportunidade de passar por toda a Bíblia. A começar pelo livro de Gênesis até o livro de Apocalipse, pelos sessenta e seis livros.

Isso não é uma tarefa fácil, por que a Bíblia começa na eternidade passada e termina na eternidade futura. Então eu pergunto: é possível usar um avião para viajar da eternidade passada até a eternidade futura? Com um avião é possível viajar de um lugar para o outro, mas para viajar no tempo, não dá. Não há como embarcar em um avião e partir de Gênesis para aterrissar em Apocalipse; a única maneira de sairmos de Gênesis e seguirmos até o livro de Apocalipse, voltar, seguir até a eternidade é se nós estivermos no espírito. Se não estivermos no espírito não dá para fazer uma viagem dessa natureza.

Graças ao Senhor por Ele estar aqui. O Espírito está aqui e podemos, exercitando o nosso espírito, desfrutar do Espírito e participar dessa viagem que Ele preparou para todos nós.

Essa viagem é de graça, ou seja, foi paga pelo Senhor. O Senhor pagou a nossa viagem, basta estarmos aqui, no espírito para podermos desfrutar de todo o conteúdo dispensado para nós. E nessa viagem, saindo de Gênesis, para onde iremos primeiro? Iremos andar pelo Antigo Testamento, por todos os livros, abordando cada ministério, pois isso é muito importante para que possamos compreender o ministério do apóstolo João em sua maturidade.

Essa primeira mensagem nos mostra a semente do ministério. Numa semente encontramos tudo que é necessário para ser produzido aquilo que a ela foi determinado. Dentro da semente de bananeira há o conteúdo necessário para a reprodução da bananeira. Dentro da semente de trigo, há o conteúdo do trigo. Não existe a possibilidade da semente de uma coisa gerar outra coisa. Quando uma semente é semeada na terra e frutifica, o produto gerado será exatamente de acordo com o conteúdo nela contido. Jesus é o Senhor!

Em Gênesis, vemos o trabalhar do Senhor na preparação de uma semente. E nessa semente estava incluído tudo aquilo que o Senhor deseja realizar. No entanto, a semente é uma coisa morta; uma semente é algo morto. O que está vivo na semente é o seu interior, o seu conteúdo. Aquilo que a envolve, o seu invólucro está morto. Esse é o princípio da semente. Mas, se a semente cair na terra e morrer produzirá muito fruto (João 12:24).

O próximo aspecto é encontrado na experiência de José, que veio da descendência de Abraão, Isaque e Jacó, passou por diversas situações e por fim, se tornou o administrador do Egito; ou seja, ele representa alguém que está reinando e está reinando em vida. E qual é o plano de Deus? Fazer-nos herdeiros e co-herdeiros com Cristo, de modo que possamos reinar com Ele (Romanos 8:17).

No final do livro de Gênesis vemos José reinando no Egito. Na verdade o Senhor deseja fazer com que o seu povo reine sobre toda a terra, e nesse caso, o Egito está representando a terra. No entanto José morreu e foi colocado dentro de um caixão no Egito (Gênesis 50:26); ora, essa é a característica da semente, estar dentro de um caixão. Aquilo que é essência nela, e que produzirá algo, está dentro de uma casca, uma casca morta, que podemos comparar a um caixão.

O corpo de José estava morto, mas em seu interior, havia a semente, representada por seus ossos. E antes de morrer, ele pediu para que seus ossos fossem transportados para a boa terra em Canaã (Gênesis 50:21).

O plano de Deus está relacionado com a terra e essa terra indica o lugar que o Senhor escolheu. O povo de Deus foi colocado na terra de Canaã, mas algo aconteceu e eles foram levados para o Egito e o administrador do Egito, na pessoa de José morreu e foi colocado em um caixão tornou-se necessária uma transferência. É preciso que alguém se levante para levar esta semente para a boa terra. Só que o Egito é a terra do Faraó e o Faraó não quer aceitar que essa semente vá parar na boa terra. Então, vemos a continuação do plano de Deus com outro ministério, O ministério da geração dos conquistadores, desde Êxodo até Josué. Depois uma seqüência: os Juízes, os reis, a restauração, os poetas, os profetas e finalmente o ministério do Novo Testamento com o Senhor Jesus.

No livro de Gênesis, no capítulo 49, versículo 22, lemos: “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus galhos se estendem sobre o muro.” – Essa é uma característica da ação da semente. Ao brotar e crescer em que se tornará? Um ramo frutífero. E esse ramo frutífero está junto à fonte; os seus galhos se estendem sobre o muro. Este é o princípio do estabelecimento do reino por meio da vida.

Essa semente da vida, junto à fonte, cresce e seus ramos se expandem por sobre o muro.  Temos aqui a expansão do reino, a expansão da vida representada pela árvore da vida, que é o próprio Deus. Jesus é o Senhor! Mas em Gênesis 50:22, diz assim: -“José habitou no Egito, ele e a casa de seu pai; e viveu cento e dez anos. Viu José os filhos de Efraim até a terceira geração; também os filhos de Maquir, filho de Manassés, os quais José tomou sobre seu joelhos. Disse José a seus irmãos: “Eu morro; porém Deus certamente vos visitará e vos fará subir desta terra para a terra que jurou dar a Abraão, a Isaque e a Jacó. José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar os meus ossos daqui.”

Sabemos que “ossos” na Bíblia representam vida. Os ossos do Senhor Jesus não foram quebrados (João 19:36); e por quê? Por que a sua vida é a vida divina. A sua vida é uma vida indestrutível. Ossos na Bíblia representam vida; e essa vida que aqui está representada pelos ossos de José, tinha que ser transportada. Não podia ficar no Egito dentro de um caixão.

“Morreu José com idade de cento e dez anos; embalsamaram-no e o puseram num caixão, no Egito.” (Gênesis 50:26). Como a Bíblia poderia terminar assim? O livro de Gênesis é o livro do começo, Gênesis é começo. Como o começo vai terminar dessa maneira, encerrado num caixão no Egito? Não creio que esse seja o fim. Mas, por que termina assim? Porque aqui vemos a semente do ministério.

Essa semente inclui toda a obra do Senhor até este ponto. No livro de Gênesis temos um resumo, um esboço daquilo que Deus quer realizar. Podemos classificar o livro de Gênesis em quatro porções de acordo com a visão do ministério.

Sabemos que João era um dos doze Apóstolos e ele provavelmente era o mais jovem dentre eles já que vemos registrado o fato de João ter colocado sua cabeça no peito do Senhor Jesus (João 13:25); Essa é, sendo ele um discípulo, uma atitude muito parecida com a de um adolescente. Uma pessoa adulta dificilmente colocaria a cabeça no peito do Senhor, mas um adolescente, um jovem com pouca idade, certamente o faria numa demonstração de apreço pelo Senhor, e por que ele o demonstra assim? Por que é um jovem.

Após a ressurreição do Senhor, servindo junto ao Apóstolo Pedro, ele age com outra postura, já amadurecido. No livro de Atos, a partir do capítulo três, percebemos que onde o apóstolo Pedro se encontrava, lá estava ele também. João o acompanhou até mesmo na prisão em Jerusalém, na primeira geração da história da Igreja (Atos 4).  Creio que João o seguia como um aprendiz, observando-o passo a passo, testificando como era feita a obra de Deus. Depois, sua ele foi citado em outra situação pelo apóstolo Paulo, que fora encarregado de levar o Evangelho para outros lugares.  Ao escrever uma carta aos Gálatas, Paulo menciona as colunas da Igreja em Jerusalém, e entre estas colunas consta o nome do Apóstolo João (Gálatas 2:9). Ele se tornou uma coluna; era um jovem, mas agora é reconhecido como uma coluna na Igreja e uma coluna é alguém com responsabilidade, que sustenta encargos. Mas, até essa altura, ele não tinha escrito nenhum livro nem havia feito nada relevante senão acompanhar o Apóstolo Pedro. Contudo, observando detalhadamente, em Atos 10, quando Pedro foi à casa de Cornélio para levar o evangelho aos gentios, João não estava com ele. Naquele momento, seria bom que estivesse, por que afinal de contas, era um fato muito importante; o evangelho estava sendo propagado aos gentios. Uma grande revelação foi confiada ao Apóstolo Pedro... E João não estava ali. Provavelmente por ter sido aquela, uma incumbência específica, destinada a Pedro e relacionada ao seu ministério. Entretanto, vejamos o que aconteceu no final do ministério de Paulo, próximo ao seu martírio. Em 2 Timóteo, sua última carta, depois que ele diz: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Timóteo 4:7), comenta que estava preparado para ser oferecido como libação, ou seja, ele ia morrer e antes, escreveu como quem escreve um testamento; essa carta contém suas últimas palavras, e nela ele menciona que todos na Ásia o abandonaram (2 Timóteo 4:16).

Apesar de tamanha revelação e de tal encargo, um encargo novo dentro do plano de Deus porque o que lhe fora confiado era novo, que os outros ainda não conheciam; mesmo assim, Paulo não encontrou quem praticasse o que havia sido dispensado por seu intermédio. Por exemplo: suponha que você desenvolva uma invenção, digamos que tenha descoberto uma bebida, um tipo de energético, que deixa a pessoa forte, com suas energias renovadas; essa seria com toda certeza, uma grande descoberta, uma grande invenção, só que ao colocá-la no mercado para ser vendida, ninguém a compra nem quer experimentar, e mesmo dentre os que experimentaram, não querem mais... Como fica sua invenção? A situação de Paulo estava nesse pé, ele ganhou uma grande revelação, mas quem deveria praticá-la e servir como modelo com respeito a essa revelação, não o fez e ainda por cima o abandonaram. Que situação!

Graças ao Senhor pelo Apóstolo Pedro. O Senhor o chamou para confirmar o ministério do Apóstolo Paulo. E Pedro já maduro, reconheceu que a voz que fora anunciada por intermédio do ministério do Apóstolo Paulo era a voz do Espírito.

Pedro conhecia a voz do Senhor, ele tinha ouvido a voz do Pai no monte da transfiguração (Mateus 17:5); ele comenta sobre o que foi dito no batismo do Senhor (2 Pedro 1:17), ouviu a voz do Senhor quando o enviara a Cornélio (Atos 10:13); e agora, como há quem questione as visões do Apóstolo Paulo, se o que ele está dizendo é mesmo a voz do Senhor ou é a voz dele próprio, quem pode confirmar ou negar isso? Com certeza, alguém que já tenha ouvido essa voz. Graças ao Senhor, esse alguém é o Apóstolo Pedro que por meio da sua experiência pode reconhecer e afirmar: - “Sim, essa voz é a voz do Espírito. Todos nós temos que dar atenção ao que ele está dizendo.” – Logo, as cartas de Paulo foram introduzidas nas escrituras (2 Pedro 3:16) e hoje podemos desfrutá-las, devido a confirmação do Apóstolo Pedro, que esteve com o Senhor e também escreveu as suas epístolas. Graças ao Senhor, cessou o questionamento com relação a Paulo.

Paulo foi martirizado, Pedro foi martirizado e o último Apóstolo vivo foi o Apóstolo João, exilado na ilha de Patmos (Apocalipse 1:9) por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo. Naquela altura a Igreja precisava de ajuda, havia deficiências, a Igreja estava doente, e então o Senhor apareceu para João na ilha de Patmos e notificou o seu servo para que ele notificasse a todos os servos (Apocalipse 1:1).

As quatro grandes visões do Apocalipse foi uma notificação a cerca das visões do Senhor Jesus; e nessas quatro grandes visões, já de início o Senhor mostrou exatamente qual era a primeira grande responsabilidade do apóstolo João.

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